O CNJ é uma instituição pública que tem objetivo aperfeiçoar o Judiciário, principalmente no que diz respeito à transparência, eficiência e controle
A diretora do portal Radar Amazônico, Any Margareth, revelou que, na manhã desta quinta-feira, 24/10, sua conta pessoal no Instagram foi banida por decisão do juiz Roberto Santos Taketomi, da 32ª zona eleitoral, em resposta a uma ação judicial movida pelo prefeito de Manaus e candidato à reeleição, David Almeida (Avante).
Além da conta no Instagram, o portal também foi retirados do ar, seguindo a mesma decisão judicial.
Segundo Any Margareth, a solicitação para o banimento foi apresentada pela assessoria jurídica do prefeito, liderada pelo ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Amazonas, Marco Aurélio Choy, que atualmente ocupa simultaneamente o cargo de procurador geral do município."Não é por acaso que ele acumula essas funções, como assessor jurídico de campanha do prefeito e procurador geral", ressaltou a jornalista.
Any Margareth destacou que o Radar Amazônico não disseminou fake news ou violou a privacidade de indivíduos, mantendo-se em conformidade com as leis eleitorais e evitando matérias que pudessem ser interpretadas como propaganda negativa. "O juiz Taketomi afirmou que eu atentei contra a moral da justiça do meu Estado, mas, em meu primeiro vídeo sobre a retirada do Radar do ar, ressaltei a correção e justeza dos juízes em nossa terra. Eles têm sido justos e não têm removido as matérias do Radar, pois entendem que se tratam de jornalismo", comentou.
Ela ainda ressaltou que o Ministério Público Eleitoral do Amazonas (MPAM) tem apoiado continuamente o trabalho do Radar Amazônico, mas, ao perceber que suas vozes não estão sendo ouvidas localmente, Any planeja levar suas preocupações a Brasília. "Vou falar novamente com quem pode corrigir o que está acontecendo no Amazonas, incluindo o Conselho Nacional de Justiça. Apelo ao ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça, e às entidades representativas dos jornalistas. A resistência vai continuar", afirmou.
Em seu pronunciamento, Any Margareth deixou claro que não será intimidada."Não fiz nada de errado, apenas exerci meu trabalho como jornalista, ouvindo o povo do Amazonas. Não me calarei diante desse abuso de poder. De um jeito ou de outro, continuarei a expor o que ocorre na prefeitura de Manaus e, infelizmente, no estado do Amazonas."
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é uma instituição pública dedicada a aprimorar o Judiciário, focando em transparência, eficiência e controle.
Composto por 11 ministros brasileiros, o CNJ é responsável por supervisionar a atuação administrativa e disciplinar do Poder Judiciário, exceto do Supremo Tribunal Federal, além de garantir o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes e coordenar programas nacionais de relevância social.