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FAMILIA KETAMINA

Ademar e Cleusimar Cardoso relatam reuniões com uso de Cetamina

A mãe da ex-sinhazinha disse que não havia percebido que a filha estava prestes a morrer. "Ela sofria de amores que não deram certo".


Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja Cardoso, relataram como era feito o uso da droga Ketamina em reuniões realizadas na casa onde moravam no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus, mas negaram a existência de uma seita, em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini. Os dois também comentaram sobre a morte da ex-sinhazinha do Garantido, no final de maio deste ano, que levou ao desdobramento de operações e a prisão de ambos.

Durante a entrevista, Cleusimar foi questionada sobre a morte por overdose da filha. Ela disse que não havia percebido que a filha estava prestes a morrer.

"Ela sofria de amores que não davam certo e usava muito clonazepam. Eu não acredito em overdose. Todos nós usávamos a mesma quantidade de cetamina. Tem nos exames. Eles vieram colher nosso sangue. Se fosse uma overdose mesmo, por que Ademar não está morto? Por que eu não estou morta? A escolha que fazemos na vida é individual. Eu não obriguei ninguém a usar (a cetamina). A Djidja tinha 32 anos, ela era consciente do que ela fazia", afirmou.

Ela também defendeu a liberdade de culto e afirmou nunca ter colocado a vida de outras pessoas em risco. "Nós fazíamos reuniões em casa, com cabeleireiros. Fazíamos experiências em cabelo", acrescentou.

Questionada se sobre arrependimento, Cleusimar disse que se pudesse mudaria o passado, porque assim como Djidja , ela e Ademar também foram vítimas.

"O meu erro foi de não ter parado com os psicodélicos, porque era muito difícil a gente parar naquele momento bem depressivo. Eu estava em um momento em que precisava daquela substância, mas as coisas acontecem exatamente como elas têm que acontecer", finalizou.

Dependência

Assim como a irmã Djidja, Ademar Cardoso disse que também era dependente químico. "Eu era viciado. Um cego não conduz o outro, a não ser cair no precipício. Minha mãe bloqueou diversas vezes as contas da Djidja".

O jornalista pergunta se Ademar tinha o sonho de liderar um grupo de pessoas e influenciá-las. O irmão de Djidja nega:

"Eu via as pessoas e os problemas que elas têm como uma oportunidade de empreender, de ajudar. Eu usava a necessidade delas ao meu favor, para ganhar dinheiro. Não enriqueci com seita, enriqueci empreendendo".

Ademar tem tatuado a frase "Pai, Mãe, Vida" no peitoral, mas ele afirma que não se trata de uma seita.

Ele também tatuou o número 28 na mão esquerda, que é o mesmo dia (28 de maio) em que a irmã morreu. Ele compartilhou que teve um sonho, que foi uma espécie de visão premonitória sobre a morte dela. "Tatuei um ano antes da minha irmã morrer. Nesse sonho eu via (o número) 28 e passeava por cima de um caixão, sem ninguém. A mesma cena que a minha irmã passou", contou.

Reuniões

Ademar descreveu que as reuniões aconteciam como um espaço de meditação, onde não havia um líder, mas sim um foco em alcançar um estado "transcendental".

Cleusimar disse que o grupo "Pai, Mãe e Vida" são as Cartas de Cristo. Segundo a comunidade no Facebook sobre o livro, que tem cerca de 4,7 mil usuários, os leitores dizem que ele propõe um caminho de evolução espiritual dissociado de instituições religiosas e dizem que o participante em questão só poderá se livrar das ideias colocadas por elas a partir da leitura "vagarosa e atenta" do livro.

Ademar foi questionado sobre a contradição de fazer parte de um grupo religioso, mas mesmo assim aplicar drogas. "Eu acredito que a contradição está no excesso. Pois quando gera um excesso, é prejudicial. Eu senti que cruzei a fronteira quando gastei excessivamente", explicou.

Morte de Djidja

Ao ser confrontado com as últimas imagens de Djidja Cardoso em vida, Ademar disse: "Causa peso no coração. Não causa peso na consciência. Eu não poderia impedir o livre arbítrio dela, porque eu corromperia a soberania dela. Mas eu tentei, levei ela até ao médico várias vezes, inclusive, compulsoriamente. Eu não tenho medo de ser condenado. Eu acredito na minha verdade. Eu sei a minha verdade. Eu não cometi nenhum crime desses. Eu era muito viciado em drogas. Não acredito que tenha passado com algum conceito errado", finalizou Ademar.

Verônica da Costa

Investigada por comprar a ketamina, Verônica da Costa Seixas, gerente do salão de beleza da família Cardoso, negou distribuir a substância e esclareceu que não obrigavam ninguém a usar.

"Nós tínhamos reuniões e ninguém era obrigado a usar nada, mas se a pessoa queria usar a cetamina, ela usava. Não tínhamos agulha, se alguém queria, pegava a que já estava usada. A mudança na nossa mente era evidente", afirmou.

A advogada de defesa da família, Rosana Assan, defendeu: "Eles são inocentes, usuários de substâncias que precisam ser ouvidos. O que matou Didja foi o uso excessivo de drogas".

Outro advogado da defesa, Morzarth Bessa, acrescentou: "Não há provas de que compraram droga. Quem deve dizer se a substância é droga ou não é o perito".

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