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MPT instaura inquérito para apurar denúncias contra Silvio Almeida


- Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

ResponsĂĄvel por investigar irregularidades trabalhistas, o MinistĂ©rio PĂșblico do Trabalho (MPT) instaurou um inquĂ©rito civil para apurar as recentes denĂșncias contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Silvio Almeida, acusado de assĂ©dio sexual.

Segundo a assessoria do órgão, a Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (PRT-10) recebeu uma denĂșncia anônima contra Silvio Almeida depois que o portal de notĂ­cias Metrópoles noticiou que um grupo de mulheres procurou a organização de apoio a vĂ­timas de violĂȘncia sexual Me Too para denunciar o então ministro por assĂ©dio sexual.

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A partir da denĂșncia anônima e do noticiĂĄrio, um procurador do Trabalho decidiu instaurar o inquĂ©rito de ofĂ­cio, ou seja, independentemente de ter sido provocado por uma parte interessada. A medida, por si só, significa que o procurador concluiu ser necessĂĄrio o MPT apurar os fatos. Como o inquĂ©rito Ă© sigiloso, o MPT não deu mais detalhes à AgĂȘncia Brasil.

Consultada pela AgĂȘncia Brasil, a defesa do ex-ministro informou não ter sido notificada e que aguardaria para se pronunciar no momento oportuno.

As denĂșncias contra Silvio Almeida jĂĄ estão sendo investigadas pela PolĂ­cia Federal (PF) que ouvirĂĄ as vĂ­timas e o ex-ministro nos próximos dias. A Comissão de ??tica PĂșblica da PresidĂȘncia da RepĂșblica tambĂ©m abriu procedimento preliminar.

Entre as vĂ­timas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Apontada como alvo de importunação sexual, a ministra ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso, mas divulgou uma nota nas redes sociais pedindo respeito à sua privacidade e afirmando ser inaceitĂĄvel relativizar ou diminuir episódios de violĂȘncia e abuso sexual.

"Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada", afirmou Anielle.

Em edição extra do DiĂĄrio Oficial da União desta segunda-feira (9), o presidente da RepĂșblica, Luiz InĂĄcio Lula da Silva, concedeu 5 dias de fĂ©rias à ministra, que se afastarĂĄ do cargo atĂ© sexta-feira (13).

Advogado, professor universitĂĄrio e por muitos considerado referĂȘncia no debate sobre as relações raciais e o racismo na estruturação nacional, Silvio Almeida nega as acusações. Em uma primeira nota, divulgada na noite de quinta-feira (5), o ex-ministro chegou a se referir às acusações como "mentiras" e "ilações absurdas", alegando que lhes faltava materialidade, ou seja, indĂ­cios objetivos da existĂȘncia de crime.

Na manhã desta terça-feira, antes do MPT confirmar a instauração de inquĂ©rito, Thiago Turbay, um dos advogados do ex-ministro, disse à AgĂȘncia Brasil que passados 6 dias a defesa ainda não teve acesso integral às acusações apresentadas pela ong Me Too em nome das vĂ­timas.

Na sexta-feira (6), a defesa do ex-ministro acionou a Justiça Federal para obter explicações da organização, que informou à AgĂȘncia Brasil que ainda não foi notificada da interpelação judicial.

"O objetivo [da defesa] Ă© Ășnica e exclusivamente pedir esclarecimento dos fatos que, atĂ© agora, não foram revelados nem ao Silvio [Almeida], nem à defesa, nem à sociedade brasileira", afirmou o advogado, destacando que a iniciativa não visa a constranger qualquer uma das eventuais vĂ­timas.

agenciabrasil.ebc.com.br

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