Manaus (AM) " Após os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) realizarem suas respectivas candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para disputar as eleições municipais, o Portal fez um levantamento sobre as declarações de bens dos políticos.
Segundo a ferramenta de transparência DivulgaCand, do TSE, que permite que eleitores e imprensa tenham acesso aos dados dos candidatos, os vereadores declararam um patrimônio inferior ao esperado. Alguns, inclusive, não declararam nada, o que deixou dúvidas no eleitor manauara, principalmente porque os parlamentares ganham um salário de R$ 18,9 mil, bem mais que um salário mínimo, que corresponde a R$ 1.420.
A atitude dos políticos, no entanto, foi criticada por alguns de seus colegas de bancada, como o vereador Rodrigo Guedes (PP), que sugeriu que essas declarações de patrimônio sejam investigadas e ainda desafiou os demais vereadores a mostrarem suas residências, que segundo ele, é bem diferente do que foi declarado.
"Isso precisa ser severamente investigado. Eu desafio os vereadores a mostrarem onde moram, porque tem pelo menos uns 30 ali que não moram onde declararam ou não declararam residência nenhuma. Por acaso moram em alguma invasão? Não vou chamar de brincadeira de mal gosto, porque é crime de ocultação de bens mesmo!", declara o parlamentar ao Portal.
Rodrigo Guedes é o segundo "mais rico" da Câmara Municipal de Manaus (CMM) e declarou R$ 2,9 milhões em patrimônio. Por meio das redes sociais, o parlamentar de primeiro mandato afirma que sua "fortuna"é fruto de herança deixada pelo pai, falecido durante a Covid-19. Ele também fez alguns investimentos após a venda de alguns imóveis, como afirmou ao Portal.
Para evitar críticas infundadas, Guedes até publicou o documento para comprovar sua declaração.
O vereador também é o parlamentar mais econômico da Casa Legislativa, de acordo com outros levantamentos realizados pelo Portal anteriormente.
Para que serve a declaração de bens?
Assim como os vereadores têm o dever de fiscalizar o Executivo municipal, garantindo que o dinheiro público seja investido de forma adequada, é responsabilidade do eleitor fiscalizá-los para assegurar que estão cumprindo suas obrigações com transparência.
A declaração de bens é um recurso essencial que permite ao eleitorado conhecer a situação patrimonial dos candidatos antes das eleições. Isso possibilita que, após a eleição, os eleitores acompanhem a evolução patrimonial do eleito, ajudando a identificar eventuais irregularidades ou indícios de enriquecimento ilícito durante o mandato.
Dessa maneira, a fiscalização cidadã é uma ferramenta crucial na prevenção e identificação de atos de corrupção. Os eleitores têm o poder de denunciar irregularidades e exigir explicações, dificultando a perpetuação de práticas corruptas.