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Presença de TV diminui e 42,1% dos lares com o aparelho têm streaming


- Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

Nos Ășltimos anos, a proporção de domicĂ­lios brasileiros com sinal de televisão e com assinatura de serviços por TV fechada tem caĂ­do, enquanto os serviços de streaming tĂȘm aumentado: estão em quatro de cada dez lares com televisão.

A constatação faz parte de um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂ­lios (Pnad) ContĂ­nua, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂ­stica (IBGE).

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O levantamento mostra que, em 2023, dos 78,3 milhões de domicĂ­lios no paĂ­s 4,5 milhões não tinham televisão, o que representam 5,7% do total. Os dados mostram um aumento gradativo da ausĂȘncia da televisão nos lares brasileiros. Em 2016, o percentual era de 2,8% e em 2022, 5,1% (3,8 milhões de famĂ­lias).

"Pode ser uma mudança de hĂĄbitos da sociedade. Lenta, de forma muito gradual, mas consistente", sugere o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto Fontes.

Outro item que estĂĄ ficando menos comum nas residĂȘncias Ă© a TV por assinatura. Em 2016, um em cada trĂȘs (33,9%) lares tinham o serviço. Em 2022, eram 27,7% e, no ano passado, o percentual caiu para 25,2% (18,6 milhões de endereços).

O IBGE perguntou aos entrevistados o porquĂȘ de não aderirem ao serviço. Cada pessoa podia apontar uma razão principal. De 2016 a 2019, o principal motivo era o fato de o serviço ser considerado caro. Em 2016, 56,1% atribuĂ­ram o fato ao custo do serviço e, em 2019, foram 51,8%.

O segundo motivo mais apontado foi falta de interesse: 39,1% das respostas em 2016 e 40,9% em 2019.

Nos anos seguintes, esses motivos se inverteram nas respostas dos entrevistados. Em 2023, a maioria (64%) passou a apontar a falta de interesse como principal motivo para não assinar TV fechada. O custo do serviço foi citado por 34,9% dos respondentes.

Em 2016, apenas 1,6% das famĂ­lias entrevistadas justificou como principal motivo o fato de vĂ­deos acessados pela internet substituĂ­rem o serviço. O percentual cresceu consistentemente atĂ© alcançar 9,5% em 2023, se tornando a terceira razão mais citada.


Desde 2022, a pesquisa do IBGE acompanha a presença nos domicĂ­lios brasileiros do streaming de vĂ­deo pago. O nĂșmero de lares com o serviço aumentou de 31,061 milhões, em 2022, para 31,107 milhões, em 2024.

Apesar do aumento numĂ©rico, em termos percentuais houve redução de 43,4% para 42,1% dos lares com TV. De acordo com o IBGE, a presença do streaming Ă© um dos fatores que explicam a televisão aberta e fechada perder espaço nas casas brasileiras.

Por meio de streaming, o assinante tem acesso a uma oferta de filmes, sĂ©ries, desenhos infantis e eventos esportivos, por exemplo. Com exceção de programações ao vivo, as atrações são sob demanda, ou seja, ficam disponĂ­veis para serem vistas a qualquer momento.

Em 2022, 4,7% das residĂȘncias que tinham streaming não tinham acesso a televisão aberta ou a serviço de TV por assinatura. No ano seguinte, esse indicador subiu para 6,1%.

Para o analista da pesquisa, Leonardo Quesada, a disseminação do streaming ajuda a explicar a menor presença da televisão nos lares dos brasileiros.

"O streaming não responde tudo. Ele pode responder uma parte, mas existe uma possibilidade de as pessoas estarem usando menos TV", pondera.

A pesquisa revela que o rendimento mĂ©dio mensal real per capita das famĂ­lias com streaming era de R$ 2.731, mais que o dobro daquelas que não tinham acesso ao serviço (R$ 1.245). Os dados tambĂ©m revelam uma desigualdade regional. Enquanto no Sul (49%), Centro-Oeste (48,2%) e Sudeste (47,6%) praticamente metade dos domicĂ­lios tĂȘm canais de streaming pagos, no Norte e no Nordeste as proporções são 37,5% e 28,2%, respectivamente.

Fim da parabólica analógica

A Pnad revela que 88% das famĂ­lias brasileiras tinham em casa sinal digital ou analógico de TV aberta. Dos domicĂ­lios com televisão, 21,4% (15,8 milhões) recebem sinal por antena parabólica, sendo 17,5% nas regiões urbanas e 52,3% nas rurais.

O IBGE lembra que hĂĄ no paĂ­s a polĂ­tica pĂșblica de substituição das antenas parabólicas analógicas, tambĂ©m conhecidas como parabólicas grandes, pela mini parabólica (digital).

As parabólicas grandes podem sofrer interferĂȘncia do sinal de internet de quinta geração (5G). Por isso, o Brasil pretende encerrar completamente a transmissão de sinal de TV aberta por parabólicas grandes.

Segundo a pesquisa, em 2023 o paĂ­s tinha cerca de 772 mil famĂ­lias (1% dos domicĂ­lios com televisão) com sinal de televisão somente por meio de parabólica grande. Em 2022, eram 911 mil (1,3%).

agenciabrasil.ebc.com.br

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