A constatação faz parte de um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂlios (Pnad) ContĂnua, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE).
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"Pode ser uma mudança de hĂĄbitos da sociedade. Lenta, de forma muito gradual, mas consistente", sugere o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto Fontes.
Outro item que estĂĄ ficando menos comum nas residĂȘncias Ă© a TV por assinatura. Em 2016, um em cada trĂȘs (33,9%) lares tinham o serviço. Em 2022, eram 27,7% e, no ano passado, o percentual caiu para 25,2% (18,6 milhões de endereços).
O IBGE perguntou aos entrevistados o porquĂȘ de não aderirem ao serviço. Cada pessoa podia apontar uma razão principal. De 2016 a 2019, o principal motivo era o fato de o serviço ser considerado caro. Em 2016, 56,1% atribuĂram o fato ao custo do serviço e, em 2019, foram 51,8%.
O segundo motivo mais apontado foi falta de interesse: 39,1% das respostas em 2016 e 40,9% em 2019.
Nos anos seguintes, esses motivos se inverteram nas respostas dos entrevistados. Em 2023, a maioria (64%) passou a apontar a falta de interesse como principal motivo para não assinar TV fechada. O custo do serviço foi citado por 34,9% dos respondentes.
Em 2016, apenas 1,6% das famĂlias entrevistadas justificou como principal motivo o fato de vĂdeos acessados pela internet substituĂrem o serviço. O percentual cresceu consistentemente atĂ© alcançar 9,5% em 2023, se tornando a terceira razão mais citada.
Desde 2022, a pesquisa do IBGE acompanha a presença nos domicĂlios brasileiros do streaming de vĂdeo pago. O nĂșmero de lares com o serviço aumentou de 31,061 milhões, em 2022, para 31,107 milhões, em 2024.
Apesar do aumento numĂ©rico, em termos percentuais houve redução de 43,4% para 42,1% dos lares com TV. De acordo com o IBGE, a presença do streaming Ă© um dos fatores que explicam a televisão aberta e fechada perder espaço nas casas brasileiras.
Por meio de streaming, o assinante tem acesso a uma oferta de filmes, sĂ©ries, desenhos infantis e eventos esportivos, por exemplo. Com exceção de programações ao vivo, as atrações são sob demanda, ou seja, ficam disponĂveis para serem vistas a qualquer momento.
Em 2022, 4,7% das residĂȘncias que tinham streaming não tinham acesso a televisão aberta ou a serviço de TV por assinatura. No ano seguinte, esse indicador subiu para 6,1%.
Para o analista da pesquisa, Leonardo Quesada, a disseminação do streaming ajuda a explicar a menor presença da televisão nos lares dos brasileiros.
"O streaming não responde tudo. Ele pode responder uma parte, mas existe uma possibilidade de as pessoas estarem usando menos TV", pondera.
A pesquisa revela que o rendimento mĂ©dio mensal real per capita das famĂlias com streaming era de R$ 2.731, mais que o dobro daquelas que não tinham acesso ao serviço (R$ 1.245). Os dados tambĂ©m revelam uma desigualdade regional. Enquanto no Sul (49%), Centro-Oeste (48,2%) e Sudeste (47,6%) praticamente metade dos domicĂlios tĂȘm canais de streaming pagos, no Norte e no Nordeste as proporções são 37,5% e 28,2%, respectivamente.
Fim da parabólica analógica
A Pnad revela que 88% das famĂlias brasileiras tinham em casa sinal digital ou analógico de TV aberta. Dos domicĂlios com televisão, 21,4% (15,8 milhões) recebem sinal por antena parabólica, sendo 17,5% nas regiões urbanas e 52,3% nas rurais.
O IBGE lembra que hĂĄ no paĂs a polĂtica pĂșblica de substituição das antenas parabólicas analógicas, tambĂ©m conhecidas como parabólicas grandes, pela mini parabólica (digital).
As parabólicas grandes podem sofrer interferĂȘncia do sinal de internet de quinta geração (5G). Por isso, o Brasil pretende encerrar completamente a transmissão de sinal de TV aberta por parabólicas grandes.
Segundo a pesquisa, em 2023 o paĂs tinha cerca de 772 mil famĂlias (1% dos domicĂlios com televisão) com sinal de televisão somente por meio de parabólica grande. Em 2022, eram 911 mil (1,3%).
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