Em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), Tedros informou que a OMS - em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a AgĂȘncia das Nações Unidas de AssistĂȘncia aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglĂȘs) - planeja executar duas rodadas de campanha de vacinação contra a pólio na região.
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Segundo Tedros, a detecção do vĂrus da pólio em amostras de esgoto colhidas na Faixa de Gaza Ă© um sinal claro de que a doença tem circulado na região, colocando em risco crianças não vacinadas.
"Um cessar-fogo ou, pelo menos, dias de tranquilidade durante a preparação e a execução das campanhas de vacinação são necessĂĄrios para proteger as crianças em Gaza contra a pólio", completou o diretor-geral da OMS.
Como Ă©
O vĂrus da pólio - transmitido principalmente por via fecal-oral - Ă© classificado como altamente infeccioso, capaz de invadir o sistema nervoso central e causar paralisia. A estimativa Ă© que uma em cada duzentas infecções leve à paralisia irreversĂvel, geralmente das pernas. Entre os acometidos, 5% a 10% morrem por paralisia dos mĂșsculos respiratórios.
Os casos da doença em todo o mundo diminuĂram 99% desde 1988, passando de 350 mil para seis casos reportados em 2021, em razão de campanhas de vacinação em massa. Esforços ainda são necessĂĄrios para erradicar o vĂrus por completo do planeta.
Para a OMS, crianças com menos de cinco anos correm maior risco de contrair a pólio em Gaza - sobretudo bebĂȘs de atĂ© dois anos, uma vez que as campanhas de vacinação de rotina foram interrompidas em razão de quase dez meses de conflito na região.
AlĂ©m da pólio, a entidade relatou aumento generalizado de casos de hepatite A, diarrĂ©ia e gastroenterite, à medida em que as condições sanitĂĄrias se deterioram em Gaza, com o esgoto sendo derramado em ruas próximas a acampamentos destinados a pessoas deslocadas.
EmergĂȘncia global
A pólio figura atualmente como a Ășnica emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica de importância internacional mantida pela OMS.
O mesmo comitĂȘ que declarou o fim da emergĂȘncia para a covid-19 e para a mpox decidiu, em maio do ano passado, por unanimidade, manter o mais alto status de emergĂȘncia sanitĂĄria concedido pela entidade para a pólio.
"O comitĂȘ unanimemente concordou que o risco de disseminação internacional do poliovĂrus permanece como emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica de importância internacional e orientou para a extensão das recomendações temporĂĄrias por mais trĂȘs meses", informou relatório da OMS.
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