O evento faz parte de uma semana decisiva para a presidĂȘncia brasileira no G20. A prioridade do W20 foi repassada a jornalistas pela lĂder Ana Fontes, fundadora e presidente da Rede de Mulheres Empreendedoras.
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Ela defende que seja repensado o modelo de como a "economia do cuidado" Ă© vista e remunerada. "Se a gente não paga, ninguĂ©m valoriza", avalia. "Socialmente, as pessoas não olham para a economia do cuidado. Ela vai adicionar dinheiro na economia", acrescenta.
"Tem gente que pergunta de onde vai sair esse dinheiro. O mundo não tem falta de dinheiro. O mundo tem falta de ações direcionadas. O que Ă© preciso Ă© organizar essa questão financeira", defende.
Prioridades
Ana disse que outra prioridade do grupo Ă© "olhar a justiça climĂĄtica com lente e perspectiva de gĂȘnero". Segundo a empreendedora, são as mulheres as que mais sofrem em situação de emergĂȘncia climĂĄtica.
"Quando falta ĂĄgua, quem vai buscar são as mulheres, com a lata na cabeça. Quando tem problema de saneamento e as crianças ficam com dor de barriga, quem sofre com isso são as mulheres", exemplifica.
Os dois temas são a novidade da edição brasileira do W20. Outras reivindicações são herdadas de edições anteriores como melhorar situação de mulheres empreendedoras por meio de acesso ao capital; o enfrentamento à violĂȘncia contra as mulheres; e aumentar a participação de mulheres e meninas nas ĂĄreas de stem (sigla em inglĂȘs para ciĂȘncia, tecnologia, engenharia e matemĂĄtica).
As representantes brasileiras no W20 ainda buscam consenso para que, em todas as cinco reivindicações, haja a perspectiva de raça e etnia.
"A questão das raças acaba sobrepondo todas as outras questões, e as vulnerabilidades vão se somando", explicou a lĂder do W20. No entanto, ainda não hĂĄ consenso entre todos os paĂses com representantes no W20.
Ana Fontes disse que percebeu boa recepção dos representantes dos ministĂ©rios de finanças e de bancos centrais. Ela faz parte de discussões desde 2017 e ressaltou que nunca tinha visto iniciativa como a da presidĂȘncia brasileira do G20, que, por meio do G20 Social, possibilitou o diĂĄlogo prĂ©vio entre os representantes da sociedade civil e autoridades.
"Fiquei impressionada com a aderĂȘncia ao tema. Obviamente a gente espera que essa aderĂȘncia não seja só achar bacana, mas que aconteça na vida real tambĂ©m", disse.
B20
Outro grupo da sociedade civil que participou da reunião nesta segunda-feira foi o B20 (Business 20, reunião de representantes empresariais).
Segundo Constança Negri, lĂder do B20, um dos temas prioritĂĄrios levado às autoridades da Trilha de Finanças do G20 Ă© o financiamento para acelerar a transição energĂ©tica para uma economia com menos emissão de gases do efeito estufa.
"Que se busque mais formas de facilitar a participação e atração do capital privado", defende.
A lĂder do B20, que representa tambĂ©m a Confederação Nacional da IndĂșstria (CNI), detalhou que a intenção do setor privado Ă© investir em transição energĂ©tica cinco vezes mais do que o poder pĂșblico. "Mas para que isso aconteça, Ă© preciso de algumas medidas para facilitar a forma de operar, seja dos bancos multilaterais e de agĂȘncias [de fomento ao investimento]", ressaltou.
Na visão da lĂder empresarial, houve entre lĂderes pĂșblicos e representantes dos grupos de engajamento "uma grande sintonia na questão do papel que o financiamento privado tem para alavancar e poder concretizar essa contribuição para a transição energĂ©tica".
G20
A presidĂȘncia brasileira do G20 vai atĂ© a reunião de cĂșpula em novembro. O ponto alto do mandato brasileiro Ă© a reunião de cĂșpula, nos dias 18 e 19, quando se reunirão no Rio de Janeiro chefes de Estado e de governo.
O G20 Ă© composto por 19 paĂses: Ăfrica do Sul, Alemanha, ArĂĄbia Saudita, Argentina, AustrĂĄlia, Brasil, CanadĂĄ, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Ăndia, IndonĂ©sia, ItĂĄlia, Japão, MĂ©xico, Reino Unido, RĂșssia e Turquia, e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia.
Os integrantes do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comĂ©rcio global e cerca de dois terços da população do planeta. A próxima presidĂȘncia do grupo caberĂĄ à Ăfrica do Sul.
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