Ouvido nesta terça-feira (12) pela CPI, Mauro Henrique terĂĄ o sigilo quebrado no perĂodo de 1Âș de janeiro de 2022 atĂ© 12 de março de 2024.
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"Como diretor-geral da ANM, Mauro Henrique Moreira Sousa tem agido com o objetivo de tumultuar os trabalhos desta comissão, repassando a este colegiado informações incompletas ou dificultando o acesso a elas", afirmou o parlamentar.
A CPI investiga as responsabilidades pelo afundamento de bairros inteiros em Maceió em consequĂȘncia das atividades da Braskem no municĂpio. Nomeado em 2022 pelo antigo governo, Mauro Henrique Moreira Sousa fica no cargo atĂ© 2026.
O relator diz que a comissão pediu documentos que não foram enviados pela ANM. "O fato de haver vĂĄrios documentos referenciados faltantes no processo por si só Ă© gravĂssimo. Não bastasse isso, compõe esse amplo quadro a mĂĄ vontade da ANM, sob sua direção, em colaborar com os trabalhos desta CPI", completou.
A AgĂȘncia Brasil solicitou manifestação da ANM e de seu diretor-geral sobre a quebra de sigilo, mas não obteve retorno atĂ© a publicação desta reportagem.
O relator da CPI, RogĂ©rio Carvalho, ainda acrescentou que os documentos e informações atĂ© aqui analisadas pela Comissão "demonstram a omissão histórica da AgĂȘncia Nacional de Mineração (e sua antecessora, o Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM) na fiscalização das empresas, o que acarretou tragĂ©dias com as de Maceió, Brumadinho e Mariana".
A CPI autorizou a quebra de sigilo bancĂĄrio do ex-diretor-geral da ANM, Victor Hugo Froner Bicca, para o perĂodo de 2011 a 2024. O relator ponderou que podem ter ocorrido, na gestão anterior, "omissões ou retirada (potencialmente criminosa) de documentos" nos processos do órgão sobre a Braskem.
Foram alvos de quebras de sigilo da CPI, de 2010 a 2024, JosĂ© Antônio Alves dos Santos, superintendente de fiscalização da ANM, e Walter Lins Arcoverde, ex-diretor de fiscalização do extinto Departamento Nacional de Pesquisa Mineral, que funcionou atĂ© 2017.
Depoimentos
A CPI ainda aprovou novos depoimentos e uma acareação entre o ex-diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio e o presidente da Braskem, Roberto Bischoff, a ser realizado após o depoimento de Bischoff
A acareação foi aprovada sob a justificativa de que Sampaio responsabiliza a mineradora por não realizar os monitoramentos necessĂĄrios nas minas de extração de sal-gema em Maceió
TambĂ©m foram aprovadas as oitivas de Roberta Lima Barbosa Bonfim, procuradora da RepĂșblica em Alagoas; Diego Bruno Martins Alves, defensor pĂșblico da União em Alagoas; tenente-coronel MoisĂ©s Pereira de Melo, coordenador estadual de Defesa Civil de Alagoas; Paulo Roberto Cabral de Melo, engenheiro e ex-gerente geral da Planta de Mineração da Salgema Mineração Ltda (antigo nome da Braskem); Geraldo Vasconcelos, coordenador do Movimento SOS Pinheiro, e JosĂ© Fernando Lima Silva, presidente da Associação dos Moradores do Bom Parto.
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