O objetivo do plano Ă© prevenir mortes violentas de mulheres por questão de gĂȘnero e, tambĂ©m, garantir os direitos e o acesso à justiça para todas as que se encontram em situação de violĂȘncia e tambĂ©m para suas famĂlias.
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Sob a coordenação do MinistĂ©rio das Mulheres, o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos FeminicĂdios contarĂĄ com interação da Casa Civil da PresidĂȘncia da RepĂșblica e dos ministĂ©rios dos Direitos Humanos e da Cidadania; da Educação; da SaĂșde; da Justiça e Segurança PĂșblica; dos Povos IndĂgenas; da Igualdade Racial; do Desenvolvimento, AssistĂȘncia Social e Combate à Fome; da Gestão e da Inovação em Serviços PĂșblicos e do Planejamento e Orçamento.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que a eliminação do feminicĂdio deve ser para toda a população, assim como a reversão de todas as formas de violĂȘncia contra mulheres e meninas no paĂs, mas que Ă© preciso perceber o impacto do racismo. "Para realidades distintas, focos especĂficos devem ser observados nas polĂticas. As pautas de gĂȘnero e raça perpassam todas as ações.
"A história do Brasil tem que afirmar que foram as mulheres negras que pariram esse paĂs. A mãe gentil dos filhos deste solo cantada no Hino Nacional Ă© uma mãe negra e avós e bisavós negras, em um fio que não se encerra", afirmou Anielle Franco, em referĂȘncia à deputada federal Benedita da Silva (PT"RJ).
As mulheres indĂgenas foram representadas pela secretĂĄria nacional de Gestão Ambiental e Territorial IndĂgena do MinistĂ©rio dos Povos IndĂgenas (MPI), Ceiça Pitaguary. Para Ceiça, Ă© importante fomentar iniciativas socioeconômicas que fortalecem saberes e prĂĄticas tradicionais dos povos indĂgenas, a partir do fortalecimento e da gestão de coletivos de mulheres indĂgenas, combater o feminicĂdio e erradicar a violĂȘncia e a discriminação contra elas.
"[?? preciso] fortalecer as mulheres indĂgenas atravĂ©s de informações sobre seus direitos, oportunidades de estudo nas instituições de ensino superior e diversos espaços da sociedade e na gestão ambiental de seus territórios, proporcionando condições para que alcancem sua autonomia econômica e polĂtica respeitando suas especificidades culturais.
Eixos
O plano de ação terĂĄ R$ 2,5 bilhões em recursos para desenvolver 73 medidas, distribuĂdas em dois eixos: estruturante e o transversal. O primeiro Ă© composto pelas trĂȘs formas de prevenção à violĂȘncia contra mulheres: primĂĄria, secundĂĄria e terciĂĄria.
A primeira parte pretende evitar a violĂȘncia por meio da mudança de crenças e comportamentos para eliminar os estereótipos, promover a cultura de respeito e não tolerância à discriminação, por exemplo, com a formação de mulheres lĂderes comunitĂĄrias e realização de oficinas de escuta nacional com mulheres.
O segundo momento de prevenção à violĂȘncia inclui ações para intervir precocemente a fim de evitar a repetição e o agravamento da violĂȘncia de gĂȘnero, como repasses financeiros a serviços de acolhimento provisório de mulheres ameaçadas de violĂȘncia domĂ©stica e familiar ou em situação de risco de morte.
Na terceira etapa da fase preventiva, o objetivo Ă© diminuir os efeitos da violĂȘncia e promover a garantia de direitos e de acesso à justiça e a direitos como saĂșde, educação, segurança, justiça, trabalho, entre outros.
JĂĄ o eixo transversal Ă© dividido em produção de dados, entre os quais, a ampliação de notificações de violĂȘncia de gĂȘnero; conhecimento, por meio da realização de pesquisas e diagnósticos; e redação de documentos e normas.
Conheça as 73 medidas do Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos FeminicĂdios
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