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Governo Wilson Lima destina mais de R$ 30 milhões para organização social denunciada por corrupção, enquanto médicos estão sem salários desde setembro

Desde setembro, o governo acumula uma dívida milionária com empresas médicas, deixando trabalhadores essenciais à própria sorte.

Por Redação - [email protected]

09/12/2024 às 09:12:57 - Atualizado há

Em mais um capítulo polêmico da gestão da saúde pública no Amazonas, o governo Wilson Lima autorizou o pagamento de R$ 30 milhões e 274 mil reais à Organização Social Agir (Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde) para a administração do Hospital 28 de Agosto e do Instituto Dona Lindu. Este é apenas o primeiro pagamento mensal de um contrato que ultrapassa a marca de R$ 2 bilhões, mesmo com a OS acumulando denúncias de irregularidades e corrupção em Goiânia.

Enquanto milhões de reais são destinados à Agir, médicos e outros profissionais de saúde que atuam na linha de frente do atendimento público estão sem receber salários há três meses. Desde setembro, o governo acumula uma dívida milionária com empresas médicas, deixando trabalhadores essenciais à própria sorte. A situação é alarmante e evidencia o descaso do governo com aqueles que salvam vidas diariamente.

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A gestão da saúde no governo Wilson Lima já é marcada por escândalos. Quatro ex-secretários de saúde foram presos pela Polícia Federal nos últimos anos, acusados de desvios milionários. O próprio governador é réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ), acusado de liderar uma organização criminosa que desviou recursos da saúde no auge da pandemia. O processo envolve a compra superfaturada de respiradores pulmonares adquiridos em uma loja de vinhos, um caso emblemático de corrupção em meio a uma crise de saúde pública que custou vidas.

A escolha da Agir para gerir unidades de saúde tão estratégicas no estado levanta graves questionamentos. A organização já esteve envolvida em investigações e denúncias por má administração de recursos públicos. A contratação de uma entidade com esse histórico desperta suspeitas e exige fiscalização rigorosa por parte das autoridades e da sociedade.

Enquanto isso, o sistema público de saúde do Amazonas enfrenta problemas críticos: falta de medicamentos, equipamentos precários e profissionais desmotivados pela ausência de pagamento. A situação reflete um modelo de gestão que prioriza contratos vultosos com organizações questionáveis, em detrimento das reais necessidades da população.

Este contrato bilionário reforça a sensação de que a saúde pública no Amazonas está sendo usada como moeda de troca, com decisões que parecem beneficiar poucos, enquanto muitos sofrem com a precariedade do atendimento. Em um estado que já enfrentou tragédias como as mortes por falta de oxigênio durante a pandemia, a falta de transparência e de responsabilidade com os recursos da saúde é inaceitável.

A sociedade exige respostas: por que o governo optou por uma OS com histórico de denúncias? Como justificar um pagamento bilionário enquanto médicos e profissionais essenciais enfrentam atrasos salariais? Quem será responsabilizado caso novas irregularidades venham à tona?

O governo Wilson Lima precisa explicar urgentemente suas prioridades e garantir que o dinheiro público seja usado com eficiência, transparência e respeito. O Amazonas não pode mais ser palco de escândalos envolvendo a saúde pública. A população merece dignidade e, acima de tudo, respostas claras sobre esse contrato bilionário que já nasce cercado de suspeitas.

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