Manaus (AM) – A cidade de Manaus está há oito anos entre os 20 piores municípios no ranking de saneamento básico, segundo levantamento do Instituto Trata Brasil, que divulgou a 16ª edição do Ranking do Saneamento 2024, em parceria com a GO Associados.
Conforme o levantamento, as regiões Norte e Nordeste seguem com os piores índices nos serviços de saneamento básico e não têm sequer tratamento para 35% do esgoto gerado.
Dessa maneira, para chegar, pelo menos, perto de atingir as metas de universalização do sistema de saneamento básico, o Brasil deve se comprometer ainda mais.
Para a presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, o dado que indica que as regiões permanecem no topo de posições de precariedade no serviço não revela surpresa.
Na avaliação da executiva, o poder público não tem se comprometido com a pauta e não percebe que as consequências podem ser graves.
"A gente tem cinco capitais na Região Norte, três na Região Nordeste que têm menos de 35% de tratamento de esgoto. Então, a gente está falando aí de uma região amazônica, por exemplo, e Região Nordeste, que é muito focada em turismo, com um prejuízo grande à natureza por conta de todo esse esgoto bruto sendo lançado nos rios e mares", disse.
Conforme a pesquisa, os melhores índices ficaram com as regiões Sul e Sudeste. Piracicaba (SP) e Bauru (SP) são exemplos de cidades com 100% de coleta de esgoto.
O levantamento revela ainda que nas regiões Norte e Nordeste apenas 31,78% da população têm acesso ao serviço de esgoto.
Além de Manaus, Porto Velho (RO), Macapá (AP), e Belém (PA) integram a lista dos que estão há 8 anos entre os 20 piores no ranking.
Marco legal do saneamento
O Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020) tem como meta que o Brasil forneça água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%, até 2033.
"Metas de universalização dos serviços públicos de saneamento básico para concessões que considerem, entre outras condições, o nível de cobertura de serviço existente, a viabilidade econômico-financeira da expansão da prestação do serviço e o número de Municípios atendidos", diz um trecho da lei.
Com o resultado do estudo, especialistas acreditam que o Ranking do Saneamento 2024 acende um alerta para que capitais e municípios atuem pela melhoria dos serviços básicos.
Com informações do Brasil 61
BRASIL 61