Amazonas CASO DJIDJIA

MPAM pede condenação de sete acusados e absolvição de três

Entre os crimes estão tráfico de drogas e associação para o tráfico

Por Redação - [email protected]

06/10/2024 às 07:57:00 - Atualizado há

A Promotoria de Justiça do Ministério Público do Amazonas (MPAM) requereu, na sexta-feira, 4/10, a condenação de sete pessoas e a absolvição de três no caso conhecido como "Djidja Cardoso". O pedido foi encaminhado ao juiz da 3ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas de Manaus.

Nas alegações finais, o MPAM solicitou a condenação de Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja), Ademar Farias Cardoso Neto (irmão), Verônica da Costa Seixas (gerente de um dos salões de beleza), e José Máximo Silva de Oliveira (dono da clínica veterinária que fornecia cetamina sem controle).

Além deles, Sávio Soares Pereira (funcionário da clínica), Hatus Moraes Silveira (personal trainer e coach) e Bruno Roberto da Silva Lima (ex-namorado de Djidja) também são acusados de tráfico de drogas e associação para o tráfico, conforme os artigos 33 e 35 da Lei 11.343/2006 e o artigo 70 do Código Penal.

Por outro lado, o MPAM pediu a absolvição de Emiclei Araújo Freitas (motoboy da clínica), Claudiele Santos da Silva e Marlisson Vasconcelos Dantas (maquiadores do salão) por ausência de provas.

O caso remonta ao dia 28 de maio de 2024, quando Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Djidja Cardoso, foi encontrada sem vida em sua residência. 

A causa da morte foi atribuída ao abuso de cetamina, um anestésico veterinário. Sua morte ganhou destaque nacional, em parte devido à sua notoriedade como "sinhazinha do Boi Garantido", o que acelerou as investigações sobre o comércio irregular de medicamentos sujeitos a controle especial.

Investigação e crimes

Após a fase investigativa, que incluiu diversas medidas cautelares, prisões preventivas e pedidos de busca e apreensão, o MPAM denunciou diversos crimes, incluindo homicídio doloso, tráfico de drogas e a "venda", "distribuição", "fornecimento" e "aquisição" de medicamentos controlados.

As investigações revelaram que os acusados estavam envolvidos na captação, distribuição e uso indiscriminado de cetamina, que afeta o sistema nervoso central. A "Operação Mandrágora" destacou a ligação entre a morte de Djidja e o uso abusivo dessa substância.

Dois dias após o falecimento de Djidja, em 30 de maio de 2024, investigadores notaram comportamentos suspeitos quando dois indivíduos deixaram a clínica veterinária apressadamente, tentando se desfazer de provas. No dia seguinte, durante as buscas, Sávio Soares Pereira foi encontrado fechando o estabelecimento, onde vendia cetamina e outras substâncias de forma clandestina.

A Seita "Pai, Mãe, Vida"

O MPAM também investigou a existência de uma seita denominada "Pai, Mãe, Vida", cujos membros alegavam que o uso da cetamina ajudava a resolver problemas pessoais. A substância era adquirida por Ademar e Verônica em clínicas veterinárias e administrada a usuários no salão de beleza.

Além disso, foi constatado que Cleusimar Cardoso tentava viabilizar a aquisição de cetamina alterando o contrato social de sua empresa (salão de beleza), demonstrando a intenção de aumentar a circulação e distribuição do medicamento psicotrópico, sujeito a controle especial, conforme as normativas vigentes.

O MPAM segue firme nas investigações, buscando responsabilizar todos os envolvidos neste caso que chocou a sociedade amazonense.


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