"Com essa noção mais ampla, podemos perceber que hĂĄ mais em jogo nesse embate de forças do que as armas, as fronteiras ou as divisões de infantaria. Existe a cooperação, a economia, a ciĂȘncia, o progresso, o respeito e a tolerância, mas o jogo polĂtico Ă© por vezes levado a termo por lideranças que não veem essa solução pacĂfica como viĂĄvel. Refiro-me à solução negociada dos conflitos. Quem ganha com a guerra? Afinal, quem decide por ela nunca se expõe", disse Mucio ao participar da XXI ConferĂȘncia de Segurança Internacional do Forte, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
"PoderĂamos citar alguns exemplos preocupantes na atualidade como no Oriente MĂ©dio, o conflito entre Israel e o Hezbollah. Na Europa, a questão entre a RĂșssia e a Ucrânia ou mesmo a situação de tensões que poderiam chamar de não paz, não guerra, como na Caxemira, no mar do sul da China, na PenĂnsula Coreana ou mesmo aqui na AmĂ©rica do Sul. São regiões que convivem com a dĂșvida, com a incerteza sobre o futuro, zonas de controvĂ©rsia, de interesse, preocupação e atenção. TambĂ©m percebemos que o mundo hoje passa por uma nova corrida armamentista, o que pode ser facilmente percebido pela elevação de investimentos em defesa nos Ășltimos anos, pela promoção de forças de defesa em paĂses considerados pacifistas como o Japão", afirmou o ministro.
JosĂ© MĂșcio lembrou que existe uma nova e perversa ameaça a corroer a estrutura dos paĂses na AmĂ©rica Latina, que Ă© o crime organizado. Segundo ele, os crimes transnacionais como trĂĄfico de droga, a migração ilegal e os crimes cibernĂ©ticos ameaçam diretamente a democracia e o estado democrĂĄtico de direito.
"HĂĄ uma necessidade de ação combinada onde prevaleça a cooperação global para a solução dessa ameaça, que tantos danos nos traz às nossas fronteiras e aos centros urbanos. Portanto, a participação episódica em local e por tempo determinado das Forças Armadas, seja nas operações da garantia da lei e da ordem, seja no apoio logĂstico de inteligĂȘncia ou de comunicação, tĂȘm ocorrido no Brasil a fim de dar resposta imediata e decisiva às ações hostis de grupos criminosos em território nacional", conclui o ministro.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br