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Israel e Hezbollah se enfrentam em apostas arriscadas

Por Redação - [email protected]

26/09/2024 às 05:04:00 - Atualizado há
 - Foto: g1.globo.com

Apesar de enfraquecida por golpes e ataques humilhantes, milícia xiita resiste à pressão militar israelense. Protesto contra Israel e favorável ao Líbano no Iêmen, em 25 de setembro de 2024 REUTERS/Khaled Abdullah A escalada de confrontos nos últimos dias entre Israel e Hezbollah se sustenta em uma guerra de crenças de ambos os lados. O governo de Benjamin Netanyahu aposta que os bombardeios nos redutos da milícia xiita no Líbano e a morte de seus principais comandantes terão um efeito psicológico: acabarão por dobrar o chefe Hassan Nasrallah a interromper os ataques que começaram em outubro passado, permitindo, assim, o retorno de 60 mil residentes às suas casas na fronteira Norte do país. " Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Humilhado pela explosão coordenada de centenas de pagers e walkie-talkies, o líder do Hezbollah, por sua vez, aposta na sobrecarga do Exército israelense, cansado e dividido em duas frentes de conflitos " em Gaza e na Cisjordânia " para entrar numa terceira, no Norte. Apesar dos ataques crescentes " segunda-feira (23) foi o dia mais mortal no Líbano desde a guerra civil que abalou o país por 15 anos ", Nasrallah parece não querer ceder à pressão militar de Israel, que causou pelo menos 600 mortos e o deslocamento de meio milhão de libaneses. Ao contrário, ele mantém-se desafiador no intuito de atuar como uma ameaça potencial ao país vizinho e enredá-lo num confronto terrestre que seria desastroso para ambos os lados. A estrutura de comando da milícia xiita se enfraqueceu com a morte de seus principais auxiliares e golpes sucessivos na última semana. Mas o Hezbollah resiste e, a prova disso, foi a demonstração na manhã desta quarta-feira (25), com o lançamento de um míssil balístico Qader1 na região de Tel Aviv. De acordo com o grupo, o ataque tinha como objetivo o quartel-general do Mossad, mas o míssil de médio alcance, desenvolvido pelo Irã e com capacidade para atingir alvos a 1.600 quilômetros de distância, foi interceptado pelo sistema aéreo de defesa israelense. O principal porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, deixou claro que o objetivo da ofensiva é uma campanha aérea e não uma incursão terrestre. Mas isso vai depender do quanto o Hezbollah é capaz de suportar e de arrastar Israel para uma Segunda Guerra do Líbano. Um dos principais analistas em questões militares e de defesa do país, o colunista Amos Harel, do jornal "Haaretz", pondera que a política do Hezbollah ainda pode mudar, e o grupo tem capacidade de causar grandes danos a Israel, tanto no Norte quanto no Centro do país. "O uso massivo de suas armas estratégicas " mísseis de precisão de médio e longo alcance " depende de o Irã conceder permissão", avalia o comentarista. Nesse jogo de apostas arriscadas, o Irã atua como peça essencial, como principal patrocinador do Hezbollah. Até agora, o regime dos aiatolás parece não ter interesse em entrar numa conflagração regional, conforme sugeriu o presidente Masoud Pezeshkian, ao mesmo tempo em que advertiu que o "Hezbollah não pode ficar sozinho" se continuar a ser duramente atingido. LEIA TAMB??M Irã diz que não ficará indiferente em caso de guerra total entre Israel e Hezbollah 'Morreram trabalhando na pequena fábrica da família', diz irmã de brasileiro morto em ataque no Líbano Brasileira relata terror no Líbano: 'A guerra está aberta e têm muitas pessoas morrendo' VÍDEOS: mais assistidos do g1
Fonte: g1.globo.com
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