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Alerj vai à Justiça contra suspensão da CPI dos Planos de Saúde

Por Redação - [email protected] 25/09/2024 às 21:51:00

- Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), entrou nesta terça-feira (24) com um agravo regimental contra a decisão liminar do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) de suspender temporariamente os trabalhos da Comissão Parlamentar de InquĂ©rito (CPI) destinada a investigar denĂșncias de irregularidades nos planos de saĂșde de pessoas com deficiĂȘncia.

O presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (União), e os parlamentares que compõem a CPI se posicionaram contrĂĄrios à liminar do TJRJ emitida pela desembargadora Cintia SantarĂ©m Cardinali, na Ășltima quinta-feira (19).

O deputado Fred Pacheco (PMN), presidente da CPI, afirmou que decisões da Justiça devem ser cumpridas, mas agradeceu à Procuradoria-Geral da Alerj por tomar todas as atitudes legais cabĂ­veis contra a decisão.

O parlamentar enalteceu o presidente Bacellar por ter autorizado a instalação da comissão, que Ă© a primeira da história do Brasil para investigar os planos de saĂșde de pessoas com deficiĂȘncia.

"Considero a decisão da Justiça imoral. ?? preciso olhar para aqueles que mais precisam. Essas mães e pais estão sofrendo. Esses planos são ricos, são poderosĂ­ssimos e contratam seus brilhantes advogados, mas não podem vencer desta forma: de uma maneira unilateral. Agora, depois de quatro tentativas com mandados judiciais, conseguiram a suspensão com uma liminar. Nós estĂĄvamos caminhando muito bem na busca de soluções para mães e pais atĂ­picos, que estão tendo os seus contratos cancelados unilateralmente, o que leva a interrupção do tratamento de filhos e filhas que podem atĂ© morrer", avaliou Pacheco.

A decisão liminar da desembargadora Cintia Cardinali, do ??rgão Especial do TJRJ, suspende a CPI atĂ© que o colegiado do órgão julgue o mĂ©rito do mandado de segurança impetrado pela Associação Brasileira de Planos de SaĂșde (Abramge). A liminar da desembargadora se baseia em possĂ­veis danos irreparĂĄveis à imagem das empresas de planos de saĂșde.

Bacellar afirmou que o objetivo da Alerj não Ă© manchar a imagem das corretoras, mas chegar a um bom acordo e ajudar as mães e os pais atĂ­picos. "A gente sabia que não era uma tarefa fĂĄcil mexer com quem lida com lucros exorbitantes, como os planos de saĂșde no Brasil. Mas não vamos abaixar a cabeça. Decisão judicial se respeita e se questiona dentro dos limites legais, com recurso. Vamos continuar trabalhando, tentando ajudar o próximo. Tenho certeza de que em breve a gente vai conseguir reverter essa decisão e continuar atuando em prol das pessoas que muito precisam", explicou em plenĂĄrio.

A CPI foi criada por resolução do Parlamento fluminense. Instalada em junho deste ano, a comissão jĂĄ realizou seis reuniões, ouvindo diversas entidades que representam os planos de saĂșde, bem como os pais e responsĂĄveis por pessoas com deficiĂȘncia.

Vice-presidente da CPI, a deputada Carla Machado (PT) disse que os integrantes do grupo continuam à disposição das famĂ­lias de pessoas com deficiĂȘncia. "Milhares de crianças atĂ­picas não tĂȘm o atendimento que merecem. As mães, muitas vezes, não conseguem nem fechar um diagnóstico. Muitos lares ficam em desequilĂ­brio porque, por mais que amem, não tĂȘm como socorrer, não tĂȘm como pedir socorro, tanto na educação, na saĂșde, no bem-estar, enfim, Ă© um verdadeiro descaso", criticou a parlamentar.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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