NotĂ­cias

Esther Dweck assume interinamente Ministério dos Direitos Humanos

Por Redação - [email protected]

07/09/2024 às 08:05:00 - Atualizado hĂĄ
 - Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

Logo AgĂȘncia Brasil

Após demitir Silvio Almeida do cargo de ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), em meio a denĂșncias de assĂ©dio sexual, o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva nomeou a ministra Esther Dweck para exercer interinamente o cargo. Ela vai acumular temporariamente a função com a de ministra da Gestão e da Inovação em Serviços PĂșblicos atĂ© a definição de um novo titular para o MDHC, informou o PalĂĄcio do Planalto, em nota à imprensa distribuĂ­da na noite desta sexta-feira (6).

A PolĂ­cia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de ??tica PĂșblica da PresidĂȘncia da RepĂșblica tambĂ©m abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

NotĂ­cias relacionadas:

Silvio Almeida estava à frente do ministĂ©rio desde o inĂ­cio de janeiro de 2023. Advogado e professor universitĂĄrio, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia polĂ­tica e, principalmente, relações raciais.

Acusações

As denĂșncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas pĂșblicas pelo portal de notĂ­cias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

"Como ocorre frequentemente em casos de violĂȘncia sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vĂ­timas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denĂșncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa", explicou a Me Too, em nota.

Em nota divulgada à imprensa na noite desta quinta-feira, Silvio Almeida diz repudiar "com absoluta veemĂȘncia" as acusações, às quais ele se referiu como "mentiras" e "ilações absurdas" com o objetivo de prejudicĂĄ-lo. Ele confirmou que encaminhou ofĂ­cios à Controladoria-Geral da União (CGU), ao MinistĂ©rio da Justiça e Segurança PĂșblica e à Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) "para que façam uma apuração cuidadosa do caso".

No comunicado, o ministro avaliou que "toda e qualquer denĂșncia deve ter materialidade" e se declarou triste com toda a situação. "Dói na alma. Mais uma vez, hĂĄ um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existĂȘncias, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro".

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vĂ­timas dos assĂ©dios estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Horas após as denĂșncias virem a pĂșblico, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, VinĂ­cius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de ??tica da PresidĂȘncia da RepĂșblica decidiu abrir procedimento para apurar as denĂșncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que "o governo federal reconhece a gravidade das denĂșncias" e que o caso estĂĄ sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possĂ­veis violĂȘncias contra as mulheres exigem".

Em nota divulgada pela manhã desta sexta-feira, o MinistĂ©rio das Mulheres classificou como "graves" as denĂșncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres "que diariamente quebram silĂȘncios e denunciam situações de assĂ©dio e violĂȘncia". A pasta ainda reafirmou que nenhuma violĂȘncia contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denĂșncia desta natureza precisa ser investigada, "dando devido crĂ©dito à palavra das vĂ­timas".

Após a exoneração de Almeida e de uma reunião com o presidente Lula, Anielle Franco postou uma nota nas redes sociais em que afirma não ser "aceitĂĄvel relativizar ou diminuir episódios de violĂȘncia". Ela ainda comentou sobre a necessidade de reconhecer a gravidade do problema e agir rĂĄpido, ressaltando a "ação contundente do presidente Lula". A ministra ainda agradeceu a manifestações de apoio que tem recebido e criticou a pressão que ela vinha sofrendo para falar sobre o assunto.

"Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vĂ­timas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade tambĂ©m não cabem, pois só alimentam o ciclo de violĂȘncia. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada", afirmou.

Comunicar erro

ComentĂĄrios Comunicar erro

O Manauara

© 2025 O Manauara - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

O Manauara