Antes, a Ășnica eleição na qual as candidaturas de negros haviam superado as de brancos foi nas eleições gerais de 2022, quando o nĂșmero de candidatos negros representou 50,2% do total. Nas eleições municipais de 2020, essa taxa havia ficado em 46,4%.
A sigla com maior percentual de candidaturas negras foi o PCdoB, com 70,19% de suas candidatas se declarando negras, bem como 73,4% dos candidatos homens. JĂĄ o Novo tem o maior percentual de mulheres não negras candidatas, 58,06%, e o PL a maior taxa de homens não negros candidatos, 56,4%.
Os percentuais de cada agremiação podem ser encontrados no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O percentual de candidaturas negras e de mulheres Ă© calculado pelo TSE com o objetivo de estabelecer a distribuição de acordo com as cotas legais dos recursos pĂșblicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral, e do Fundo de AssistĂȘncia Financeira aos Partidos PolĂticos (Fundo PartidĂĄrio).
Para as candidaturas de mulheres, por exemplo, a legislação determina a destinação de no mĂnimo 30% de todos recursos empregados nas campanhas. No caso das candidaturas de pessoas negras, a aplicação de recursos deve ser proporcional ao seu nĂșmero, no mesmo percentual.
Nesta semana, o Congresso aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que determina a aplicação de 30% dos recursos pĂșblicos para campanhas eleitorais nas candidaturas de pessoas negras. A regra pode levar a uma redução da verba destinada a essas candidaturas, jĂĄ que acaba restringindo uma fatia que antes acompanhava o nĂșmero de candidatos negros.
A classificação do TSE segue a adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE), que inclui entre as pessoas negras aquelas que se declaram pardas ou pretas. Segundo o Censo 2022, 56,1% da população brasileira se declara negra. Para especialistas ouvidos pela AgĂȘncia Brasil, o percentual reflete um maior reconhecimento racial por parte dos brasileiros.