"Nós temos 21 municĂpios que concentram 50% de todos os focos de incĂȘndios na Amazônia. E nós estamos separando em trĂȘs regiões onde a gente quer instalar frentes multiagĂȘncias interfederativas, ou seja, com órgãos federais e estaduais, e vamos chamar tambĂ©m órgãos municipais, para gente atuar sobre essas novas ignições de incĂȘndio", afirmou AndrĂ© Lima, secretĂĄrio extraordinĂĄrio de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial no MMA.
Segundo o governo, jĂĄ existem cerca de 360 frentes de incĂȘndios em atuação no Norte do paĂs, com mais de 1,4 mil brigadistas. De janeiro atĂ© agora, foram registrados mais de 59 mil focos de incĂȘndio na Amazônia, o pior nĂșmero desde 2010. O resultado disso Ă© que a fumaça das queimadas atinge cidades de dez estados, que registraram o cĂ©u cinza e a diminuição na qualidade do ar.
Imagens obtidas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos ClimĂĄticos mostram a concentração do monóxido de carbono sobre uma faixa que se estende do Norte do Brasil atĂ© as regiões Sul e Sudeste, passando sobre o Peru, BolĂvia e Paraguai. Na Ășltima semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta sobre os cuidados necessĂĄrios para a saĂșde nesses casos.
De acordo com o MMA, a organização dessas frentes, que deve ocorrer ao longo das próximas semanas, serĂĄ conduzida pelo Centro Integrado MultiagĂȘncias de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), cuja competĂȘncia Ă© buscar soluções conjuntas para o combate aos incĂȘndios florestais.
Após a reunião com os governadores, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a maior parte dos focos de incĂȘndio estão sendo combatidos em ĂĄreas sob responsabilidade do governo federal, mas que o auxĂlio se estende para outras ĂĄreas sob responsabilidade dos estados.
"O governo federal tem responsabilidade sobre as unidades de conservação, terras indĂgenas e assentamentos. E temos ali algo em torno de 60% dos processos de combate aos focos de incĂȘndio [na Amazônia], sob a nossa responsabilidade. A outra parte, cerca de 40%, Ă© de responsabilidade dos estados. Mesmo assim, o governo federal, na lógica de que o fogo não Ă© estadual nem municipal, que nosso foco comum Ă© combater os incĂȘndios, estamos com presença em 74% das frentes de incĂȘndio. Ou seja, o governo federal tem um esforço para alĂ©m daquilo que são suas responsabilidades obrigatórias", afirmou.
Um das das novidades das novas frentes de combate aos incĂȘndios, destacou a ministra, Ă© a atuação da polĂcia para punir a prĂĄtica de incĂȘndios ilegais na região. "Com esse esforço, esperamos que essas frentes que estão sendo agora organizadas nesse formato nos ajudem a aumentar nossa capacidade de dissuadir, porque haverĂĄ investigação da PolĂcia Federal", afirmou.
Como não tem havido novas autorizações de manejo do fogo na Amazônia, os novos focos de incĂȘndio no bioma são ilegais. "Não tem havido novas autorizações de fogo. A maioria dos estados proibiu e os que não proibiram, estamos demandando que proĂbam. Novas ignições são ilegais, algumas criminosas e outras, são irregularidades", apontou o secretĂĄrio AndrĂ© Lima, do MMA.