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Incêndios: governo vai concentrar ações em 21 municípios da Amazônia

Por Redação - [email protected]

22/08/2024 às 07:58:00 - Atualizado hĂĄ
 - Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

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O governo federal, em articulação com os governos dos estados da Amazônia Legal, vai montar frentes de atuação em trĂȘs regiões que registram a maior das queimadas e incĂȘndios florestais no bioma neste momento. A medida foi anunciada pelo MinistĂ©rio do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), após reunião, no PalĂĄcio do Planalto, em BrasĂ­lia, que contou com a presença de governadores e representantes do nove estados da Amazônia Legal, alĂ©m do Mato Grosso do Sul.

"Nós temos 21 municĂ­pios que concentram 50% de todos os focos de incĂȘndios na Amazônia. E nós estamos separando em trĂȘs regiões onde a gente quer instalar frentes multiagĂȘncias interfederativas, ou seja, com órgãos federais e estaduais, e vamos chamar tambĂ©m órgãos municipais, para gente atuar sobre essas novas ignições de incĂȘndio", afirmou AndrĂ© Lima, secretĂĄrio extraordinĂĄrio de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial no MMA.

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Segundo Lima, as trĂȘs ĂĄreas prioritĂĄrias são as regiões entre Porto Velho, em Rondônia, e HumaitĂĄ, no Amazonas, na abrangĂȘncia da BR-319; a região de ApuĂ­, no Amazonas, por onde passa a BR-230, que Ă© a Rodovia Transamazônica; alĂ©m da região de Novo Progresso, no oeste do ParĂĄ, abrangida pela BR-163. Nessas localidades, serão instaladas bases multiagĂȘncias, envolvendo órgãos federais, entre eles o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenovĂĄveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Nacional dos Povos IndĂ­genas (Funai), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgrĂĄria (Incra), alĂ©m da PolĂ­cia Federal, polĂ­cias estaduais e outras agĂȘncias estaduais.

Segundo o governo, jĂĄ existem cerca de 360 frentes de incĂȘndios em atuação no Norte do paĂ­s, com mais de 1,4 mil brigadistas. De janeiro atĂ© agora, foram registrados mais de 59 mil focos de incĂȘndio na Amazônia, o pior nĂșmero desde 2010. O resultado disso Ă© que a fumaça das queimadas atinge cidades de dez estados, que registraram o cĂ©u cinza e a diminuição na qualidade do ar.

Imagens obtidas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos ClimĂĄticos mostram a concentração do monóxido de carbono sobre uma faixa que se estende do Norte do Brasil atĂ© as regiões Sul e Sudeste, passando sobre o Peru, BolĂ­via e Paraguai. Na Ășltima semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta sobre os cuidados necessĂĄrios para a saĂșde nesses casos.

De acordo com o MMA, a organização dessas frentes, que deve ocorrer ao longo das próximas semanas, serĂĄ conduzida pelo Centro Integrado MultiagĂȘncias de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), cuja competĂȘncia Ă© buscar soluções conjuntas para o combate aos incĂȘndios florestais.

Atuação conjunta e incĂȘndios ilegais

Após a reunião com os governadores, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a maior parte dos focos de incĂȘndio estão sendo combatidos em ĂĄreas sob responsabilidade do governo federal, mas que o auxĂ­lio se estende para outras ĂĄreas sob responsabilidade dos estados.

"O governo federal tem responsabilidade sobre as unidades de conservação, terras indĂ­genas e assentamentos. E temos ali algo em torno de 60% dos processos de combate aos focos de incĂȘndio [na Amazônia], sob a nossa responsabilidade. A outra parte, cerca de 40%, Ă© de responsabilidade dos estados. Mesmo assim, o governo federal, na lógica de que o fogo não Ă© estadual nem municipal, que nosso foco comum Ă© combater os incĂȘndios, estamos com presença em 74% das frentes de incĂȘndio. Ou seja, o governo federal tem um esforço para alĂ©m daquilo que são suas responsabilidades obrigatórias", afirmou.

Um das das novidades das novas frentes de combate aos incĂȘndios, destacou a ministra, Ă© a atuação da polĂ­cia para punir a prĂĄtica de incĂȘndios ilegais na região. "Com esse esforço, esperamos que essas frentes que estão sendo agora organizadas nesse formato nos ajudem a aumentar nossa capacidade de dissuadir, porque haverĂĄ investigação da PolĂ­cia Federal", afirmou.

Como não tem havido novas autorizações de manejo do fogo na Amazônia, os novos focos de incĂȘndio no bioma são ilegais. "Não tem havido novas autorizações de fogo. A maioria dos estados proibiu e os que não proibiram, estamos demandando que proĂ­bam. Novas ignições são ilegais, algumas criminosas e outras, são irregularidades", apontou o secretĂĄrio AndrĂ© Lima, do MMA.

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