"O Brasil deplora a repetição, com crescente frequĂȘncia, de ataques de colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia, consequĂȘncia direta da polĂtica de ampliação de assentamentos ilegais na região", afirmou o Itamaraty, nesta sexta-feira (16).
O primeiro-ministro israelense Benjamim Netanyahu se manifestou sobre o caso, dizendo que "encaro com seriedade os tumultos", acrescentado que quem combate o terrorismo são as Forças Armadas e de segurança "e ninguĂ©m mais". Segundo Netanyahu, os responsĂĄveis serão "presos e processados".
Desde o inĂcio da guerra na Faixa de Gaza, tem aumentado a violĂȘncia contra palestinos na Cisjordânia, território ocupado militarmente por Israel desde 1967, onde hĂĄ uma coadministração com a Autoridade Palestina.
Desde que ocupou a Cisjordânia, Israel tem ampliado os assentamentos de colonos na região, considerados ilegais pelo direito internacional. Em julho deste ano, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) das Nações Unidas (ONU) afirmou que Israel deve deixar a Cisjordânia o mais rĂĄpido possĂvel.
Em comunicado sobre a decisão da CIJ, Netanyahu afirmou que "a nação judaica não pode ser uma invasora de sua própria terra". Em meio a guerra em Gaza, Israel autorizou a criação de novos assentamentos no território palestino ocupado.
A organização Peace Now, que monitora a ampliação do controle de Israel sobre a Cisjordânia, identificou ao menos cinco novos assentamentos ilegais.
"Em quase todos os casos, a terra Ă© de propriedade privada de palestinos ou com questões desafiadoras de propriedade que exigem manobras legais significativas para reclassificĂĄ-las como "terras estatais" e, assim, legalizar os assentamentos", afirmou a organização.
Segundo o relator especial da ONU para direitos humanos Michal Lynk, Israel criou, em 50 anos, 300 colônias exclusivamente judaicas. "Todos elas ilegais, com 700 mil colonos judeus israelenses que vivem agora em JerusalĂ©m Oriental e na Cisjordânia, no meio, mas à parte, de 3 milhões de palestinos", informa.