Em informe publicado nesta semana, especialistas da ONU afirmam que a eleição presidencial do paĂs sul-americano não cumpriu as medidas bĂĄsicas de transparĂȘncia. O CNE destacou que tal informe Ă© ilegal por violar o acordo firmando entre a organização e o Poder Eleitoral do paĂs.
Em acordo firmado com o Poder Eleitoral venezuelano, o Painel de Especialistas Eleitorais da ONU se comprometeu a não emitir nenhum pronunciamento pĂșblico. AlĂ©m disso, o CNE lembrou que o próprio regulamento das Nações Unidas veda declarações pĂșblicas de PainĂ©is de especialistas eleitorais.
O CNE destacou que "quase mil observadores" de vĂĄrias partes do mundo acompanharam o processo eleitoral do paĂs, alĂ©m de elencar as supostas "mentiras" dos especialistas enviados pela ONU. Entre elas, a afirmação de que houve mudanças de Ășltima hora nas mesas de votação.
"Todos os venezuelanos e venezuelanas inscritos no Registro Eleitoral sabem que podem consultar com antecipação seu centro eleitoral, que não se modifica no dia da eleição", afirmou.
O Conselho tambĂ©m criticou o informe por colocar em dĂșvida o ataque cibernĂ©tico que os sistemas do paĂs estariam sofrendo. "Empresas e especialistas nacionais e internacionais tĂȘm constatado o ocorrido e, mais ainda, os próprios terroristas tem reivindicado ditos crimes em diferentes redes sociais", disse o órgão.
O CNE acrescentou que, após anunciar a vitória de NicolĂĄs Maduro, não foi possĂvel divulgar os resultados "por ataques contĂnuos às plataformas de divulgação que sim estão expostas à internet".
Os magistrados eleitorais da Venezuela acrescentaram ainda que não hĂĄ previsão legal de se entregar as atas eleitorais aos observadores e que atas manuais podem ser falsificadas.
"Na Venezuela o voto Ă© eletrônico e o escrutĂnio Ă© automatizado, igual que a totalização, onde se garante a integridade dos dados por meio de esquemas de certificação. As atas manuais são vulnerĂĄveis de ser falsificadas, como de efeito ocorreu posteriormente por parte de alguns atores polĂticos porque não hĂĄ nenhum elemento tĂ©cnico que garanta sua integridade", diz o texto.
O Informe da ONU analisou uma pequena amostra das atas publicadas oposição na internet e sugere que elas são verdadeiras. Tais atas dão vitória ao opositor Edmundo GonzĂĄlez.
As atas da oposição são alvo de uma investigação do MinistĂ©rio PĂșblico da Venezuela, que acusa os opositores de falsificarem os documentos. De acordo com o CNE, a tentativa de validar as atas da oposição "torna evidente a agenda polĂtica que guia [os especialistas da ONU]".
Um painel com quatro especialistas enviados pela ONU para analisar o processo eleitoral da Venezuela do Ășltimo dia 28 de julho divulgou, nessa terça-feira (13), um boletim preliminar.
Baseado na experiĂȘncia do Painel da ONU para eleições, o documento afirma que "o anĂșncio dos resultados sem a publicação de seus detalhes, ou a divulgação de resultados tabulados dos candidatos, não tem precedente em eleições democrĂĄticas contemporâneas".
O comunicado ligado à ONU destacou ainda que o Poder Eleitoral do paĂs sul-americano "não cumpriu com medidas bĂĄsicas de transparĂȘncia e integridade que são essenciais para a realização de eleições credĂveis" e que tambĂ©m não "seguiu as disposições legais e regulatórias nacionais e todos os prazos estabelecidos foram descumpridos".