Ao abrir a sessão plenĂĄria do TSE, CĂĄrmen LĂșcia lembrou que o acĂșmulo dos cargos Ă© uma determinação da Constituição, que prevĂȘ ainda que ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) componham a corte eleitoral.
Ela fez referĂȘncia a reportagens do jornal Folha de S. Paulo, que entre terça (13) e quarta (14) publicou uma sĂ©rie de notĂcias segundo as quais Moraes teria utilizado vias informais para pedir a produção de relatórios pelo TSE contra pessoas investigadas em inquĂ©rito que tramita no Supremo.
Tais pessoas foram depois alvo de sanções por parte de Moraes, tendo como base os relatórios do TSE, mas sem que os despachos informassem que os documentos foram feitos a pedido do próprio ministro.
Os pedidos para a produção de relatórios do TSE contra alvos especĂficos no Supremo foram feitos por meio de WhatsApp, segundo o jornal, que publicou diĂĄlogos entre assessores direitos de Moraes em ambos os tribunais.
Nesta quinta (15), CĂĄrmen LĂșcia buscou dirimir dĂșvidas sobre a atuação dos ministros que acumulam cargos no Supremo e no TSE, afirmando que esse acĂșmulo "não confunde as funções nem desmerece qualquer tipo de conduta adotada."
A presidente do TSE negou ainda que os ministros busquem esse acĂșmulo de funções e poder, ou que se valham da estrutura da Justiça Eleitoral para outras funções que não sejam a manutenção das eleições.
"NotĂcias tĂȘm sido veiculados sobre acumulação de cargos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), venho lembrar a todos que esta Ă© uma escolha constitucional que os constituintes vĂȘm fazendo desde a dĂ©cada de 1930 do sĂ©culo passado", frisou CĂĄrmen LĂșcia.
"O Tribunal Superior Eleitoral tem o Ășnico objetivo de garantir a lisura a transparĂȘncia e a segurança do processo eleitoral, nós nos comprometemos com isso e assim tem sido feito", acrescentou.
Antes de encerrar, contudo, a presidente do TSE disse que "aqui todas as condutas devem ser formais, para serem seguras e para garantir a liberdade do eleitor no exercĂcio de seu dever constitucional de votar."
Após a publicação das reportagens, outros ministros do Supremo saĂram em defesa de Moraes, afirmando não haver nenhuma irregularidade na conduta do magistrado, entre eles LuĂs Roberto Barroso, presidente do Supremo, Gilmar Mendes, decano, e FlĂĄvio Dino.
Em sessão plenĂĄria do Supremo, o próprio Moraes defendeu sua atuação, afirmando que todos os procedimentos foram regulares e que "não hĂĄ nada a esconder".