Exoneração de Procurador-Geral Adjunto da Câmara Municipal de Manaus Após Denúncia de Importunação Sexual
Na última terça-feira, 23 de julho de 2024, o procurador-geral adjunto da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Ruy Silvio Lima de Mendonça, foi exonerado de suas funções em decorrência de graves denúncias de importunação sexual contra duas estagiárias. A saída do procurador foi oficialmente publicada no Diário Oficial da CMM, marcando um capítulo significativo na luta contra o assédio sexual no ambiente de trabalho.
O caso teve início quando uma das vítimas decidiu formalizar a denúncia na Procuradoria da Casa Legislativa local, um ato corajoso que trouxe à tona os comportamentos inadequados e abusivos de Mendonça. A presidência da CMM, ao ser informada, prontamente instaurou uma sindicância para apurar os fatos, demonstrando um compromisso com a investigação e a proteção das vítimas.
De acordo com relatos de uma das estagiárias, os atos de importunação sexual cometidos por Mendonça envolveram toques não solicitados e investidas invasivas. Ela descreveu situações em que o procurador se aproveitava de momentos em que estavam a sós, beijando seu rosto sem consentimento, acariciando seus cabelos e ombros, além de fazer convites para viagens externas que a deixavam visivelmente constrangida. Essas ações não apenas violam o espaço pessoal da vítima, mas também criam um ambiente de trabalho tóxico e inseguro.
Após a divulgação da denúncia na mídia local, o caso recebeu ampla atenção pública, ampliando o debate sobre assédio sexual nas instituições públicas. O vereador Rodrigo Guedes (PP) foi um dos primeiros a se manifestar sobre a questão, solicitando a exoneração imediata de Mendonça ao ter conhecimento dos relatos das vítimas. Guedes, ao falar ao Portal, expressou sua satisfação com a decisão de exoneração, mas ressaltou a importância da continuidade das investigações para que todos os detalhes sejam esclarecidos.
“Que fique o recado para esses predadores sexuais, esses assediadores, e também, para as pessoas públicas. Não só para quem faz, mas para quem permite que isso aconteça; para a classe política, para a administração pública, para a iniciativa privada também. O culpado não é só quem faz, é quem acoberta também”, declarou o vereador, enfatizando a necessidade de um comportamento responsável e transparente por parte de todos os envolvidos.
A exoneração de Ruy Silvio Lima de Mendonça não deve ser vista apenas como uma resposta a uma denúncia específica, mas como um sinal de que práticas abusivas não serão toleradas nas instituições públicas. A reação rápida e firme por parte da CMM e de seus membros representa um passo importante em direção à construção de um ambiente mais seguro e respeitoso, onde as vítimas se sintam encorajadas a relatar comportamentos inadequados sem medo de retaliação.
Além disso, o caso ressalta a necessidade de uma reflexão mais ampla sobre a cultura de silêncio que muitas vezes permeia locais de trabalho, especialmente em ambientes de poder. Histórias de assédio e importunação sexual têm sido frequentemente abafadas, um fenômeno que perpetua o ciclo de impunidade. As ações da Câmara Municipal de Manaus podem servir como um modelo para outras instituições que buscam fortalecer suas políticas internas contra assédio e garantir um tratamento justo e respeitoso a todos os seus colaboradores.
A exoneração de Ruy Silvio Lima de Mendonça deve ser vista como um alerta e uma oportunidade para se promover mudanças significativas nas práticas institucionais e na conscientização sobre o assédio sexual. É fundamental que a sociedade, os órgãos públicos e as empresas privadas estejam atentos à gravidade da importunação sexual e se comprometam a erradicar essa problemática, criando ambientes onde todos possam trabalhar em segurança e dignidade.
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