O major Fagner Souza, coordenador da operação, disse, nesta segunda-feira (22), à AgĂȘncia Brasil que o local foi descoberto após policiais que faziam o patrulhamento no centro de Nova Iguaçu terem sido abordados por dois homens que haviam fugido do centro clandestino. Eles procuravam refĂșgio e relataram maus-tratos.
A inspeção constatou, ainda, que o local era insalubre e não havia profissionais capacitados para realizar o atendimento clĂnico a dependentes quĂmicos. Todos os homens ali encontrados são dependentes quĂmicos.
AlĂ©m da pouca alimentação e de mĂĄ qualidade, os internos eram proibidos de sair do local. Eles sofriam castigos corporais, como surras e, à noite, eram acordados de 40 em 40 minutos para orar, afirmou o coordenador da base.
Os internos eram obrigados a trabalhar para o pastor Omar, sob a vigilância de trĂȘs homens que agiam como vigias e eram encarregados de manter a ordem, evitar fugas e aplicar penas corporais. Os internos eram obrigados tambĂ©m a realizar trabalhos sem qualquer remuneração, em situação anĂĄloga à escravidão, confirmou o major.
Foi apurado que o Projeto Decav não tinha autorização para funcionamento como uma instituição de atendimento a dependentes quĂmicos.
O local foi periciado e interditado. O pastor e os trĂȘs vigias foram encaminhados à 52ÂȘ Delegacia Policial (DP) e detidos pelo crime de cĂĄrcere privado.
A Delegacia de AssistĂȘncia Social da Prefeitura de Nova Iguaçu foi acionada. O caso agora estĂĄ com o MinistĂ©rio PĂșblico. Os internos foram levados a abrigos da prefeitura para tratamento digno e alguns retornaram para suas famĂlias, informou o major Fagner.