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Manaus,08/07/2024

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Parceria entre Bolsonaro e Musk para beneficiar escolas na Amazônia nunca saiu do papel, diz Anatel

O governo do então presidente brasileiro anunciou uma parceria com a empresa Starlink, de Musk, para a instalação de satélites de monitoramento na Amazônia.


Parceria entre Bolsonaro e Musk para beneficiar escolas na Amazônia nunca saiu do papel, diz Anatel

Ao menos uma parte do grande projeto anunciado em 2022 entre o governo
de Jair Bolsonaro e o empresário Elon Musk nunca se concretizou. A
informação é do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), Carlos Baigorri, em entrevista ao jornal “The New York Times”,
numa reportagem sobre o bilionário e a sua “relação diplomática” com
líderes da extrema direita pelo mundo. As informações são do jornal O Globo.

Apresentado em maio daquele ano, o governo do então presidente
brasileiro anunciou uma parceria com a empresa Starlink, de Musk, para a
instalação de satélites de monitoramento na Amazônia. A intenção, à
época, era que a companhia compartilhasse dados dos aparelhos para
identificar focos de desmatamento e, eventualmente, conectar escolas em
zonas rurais da região. No entanto, a conexão com as escolas não chegou a
ser implementada.


A iniciativa foi acertada durante um encontro em um hotel no interior de São Paulo. No entanto, como noticiou O GLOBO,
não foram apresentados contratos, divulgados valores para o acordo e
não havia dados sobre como essa parceria seria viabilizada nem quais
contrapartidas exigiria.


A reportagem do jornal americano intitulada “A democracia de Elon
Musk” mostra como o empresário usou suas empresas para apoiar
abertamente políticos da extrema direita pelo mundo, como Bolsonaro, o
presidente da Argentina, Javier Milei, e o primeiro-ministro da Índia,
Narendra Modi. Em contrapartida, Musk conseguiu expandir seus negócios e
montar seu “império empresarial”.


Ao mostrar a relação do bilionário com o ex-presidente brasileiro, a
reportagem mostra como em 2021 o empresário tentava trazer seu serviço
da Starlink para o Brasil. De acordo com a publicação, a Starlink
“estava engatinhando” no mundo, e possuía menos de 150 mil usuários em
25 países.

O jornal teve acesso a uma carta enviada pelo ministro das
Comunicações, Fabio Faria, enviada a Musk dizendo que a Starlink e o
Brasil poderiam se tornar “grandes parceiros”. Semanas depois, o
ministro visitou o bilionário nos Estados Unidos e, na volta ao Brasil,
pressionou as agências reguladoras a aprovarem a empresa de satélites no
país.


A visita de Faria aos Estados Unidos foi em novembro de 2021. Três
meses depois, em janeiro, a Anatel deu aval para a Starlink operar
satélites de órbita baixa no Brasil. Na época, o bilionário afirmou que o
projeto levaria internet a 19 mil escolas desconectadas da web.


Em entrevista ao “NYT”, Carlos Baigorri disse que o plano de conectar
escolas nunca se concretizou. “Eu realmente não acredito que isso
sequer existisse”, disse o presidente da Anatel sobre o plano. Ainda
segundo o jornal, autoridades brasileiras disseram não ter registro da
empresa de satélites ter conectado qualquer escola na região ou
conduzindo o monitoramento ambiental.


A publicação americana salienta que mesmo sem o projeto ter ido à
frente, tanto Bolsonaro como Musk se beneficiaram da publicidade do
caso. “Musk consolidou a SpaceX em um mercado crítico , onde a Starlink
agora tem 150 mil contas ativas”, enquanto a campanha do ex-presidente
conseguiu promover a imagem de que ele seria um “defensor da Amazônia”
antes das eleições de 2022. Apesar disso, Bolsonaro perdeu as eleições.


A publicação ainda traz o último embate do bilionário com o ministro
Alexandre de Moraes que beneficiou o bolsonarismo. Em abril, os dois
entraram em rota de colisão quando o empresário confrontou Moraes sobre
bloqueios de contas no X (antigo Twitter) no âmbito do inquérito que
apura a existência de milícias digitais. Musk afirmou que iria
descumprir as decisões judiciais de Moraes e liberar o conteúdo que
Moraes mandou bloquear. A Polícia Federal instaurou uma investigação
sobre as falas do bilionário. O caso incendiou o debate nas redes,
principalmente entre os políticos de direita.




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