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Justiça acolhe pedido do MPF e obriga saída de invasores da Terra Indígena Alto Rio Guamá (PA)

Justiça acolhe pedido do MPF e obriga saĂ­da de invasores da Terra IndĂ­gena Alto Rio GuamĂĄ (PA)

Por Redação - [email protected]

27/03/2024 às 10:35:00 - Atualizado hĂĄ

A Justiça Federal determinou, nesta terça-feira (26), a saĂ­da de invasores da Terra (TI) IndĂ­gena Alto Rio GuamĂĄ, no nordeste do ParĂĄ, que tinham reinvadido a ĂĄrea neste final de semana. A determinação acolheu pedido do MinistĂ©rio PĂșblico Federal (MPF).

A intimação dos não indĂ­genas deve ser feita pela Força Nacional de Segurança PĂșblica (FNSP), com apoio operacional da PolĂ­cia Federal (PF), conforme estabeleceu a Justiça.

A juĂ­za federal Mariana Garcia Cunha tambĂ©m decidiu que a Fundação Nacional dos Povos IndĂ­genas (Funai) deve tomar medidas imediatas para garantir a proteção territorial e consolidar a operação de retirada de não indĂ­genas " a chamada desintrusão ", realizada no ano passado.

A Funai terĂĄ que apresentar cronograma objetivo de ações institucionais, com previsão de prazos, providĂȘncias, agentes e recursos destinados à proteção territorial e à consolidação da retirada de não indĂ­genas.

As medidas a serem adotadas pela Funai terão que ser realizadas mediante consulta prĂ©via, livre e informada aos povos indĂ­genas, definiu a Justiça Federal.

A Justiça tambĂ©m determinou que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgrĂĄria (Incra) cumpra as responsabilidades assumidas pela autarquia no Plano Integrado de Desintrusão da TI, especialmente o assentamento das famĂ­lias não indĂ­genas que foram retiradas da TI.

Pedido " O pedido à Justiça foi feito pelo MPF nesta segunda-feira (25). Apesar de não haver possibilidade de ser cancelada a sentença de 2014 que obrigou a saĂ­da de não indĂ­genas da ĂĄrea, neste inĂ­cio de ano começaram a circular informações falsas de que os não indĂ­genas poderiam reinvadir a TI. No Ășltimo final de semana, não indĂ­genas reinvadiram a região conhecida como Vila Pepino, segundo denĂșncias recebidas pelo MPF.

A TI Alto Rio GuamĂĄ foi reconhecida como território indĂ­gena em 1945 e homologada em 1993. O território Ă© de usufruto exclusivo dos povos TembĂ©, Ka"apor e Timbira. No entanto, não indĂ­genas jĂĄ indenizados ou que invadiram a ĂĄrea após o processo de homologação insistiam em permanecer irregularmente no território, o que motivou a operação de desintrusão em 2023.

Recomendação " Na segunda-feira, alĂ©m de apresentar o pedido à Justiça Federal, o MPF recomendou que o governador e o secretĂĄrio de Segurança do estado requeiram a permanĂȘncia da Força Nacional na ĂĄrea.

Ao governador e ao secretĂĄrio de Segurança do ParĂĄ, o MPF recomendou que ambos requeiram ao MinistĂ©rio de Justiça e Segurança PĂșblica a prorrogação da permanĂȘncia do efetivo da FNSP na ĂĄrea, sob a coordenação da Funai e da superintendĂȘncia da PF no ParĂĄ, em quantidade e condições condizentes com a gravidade e urgĂȘncia dos fatos, pelo perĂ­odo mĂ­nimo de 180 dias, sob revisão periódica, para garantir a vida, integridade e segurança das comunidades indĂ­genas da TI Alto Rio GuamĂĄ, nas atividades e nos serviços imprescindĂ­veis à preservação da ordem pĂșblica e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em carĂĄter episódico e planejado, de modo a evitar situações de violĂȘncias e obstar os riscos de reinvasões do território tradicional.

Requisições " Outra medida tomada pelo MPF na segunda-feira foi o envio de requisições de informações a órgãos pĂșblicos sobre quais providĂȘncias estão sendo tomadas.

??s Secretarias Executivas da Secretaria-Geral da PresidĂȘncia da RepĂșblica e do MinistĂ©rio dos Povos IndĂ­genas e à diretoria de Proteção Territorial da Funai, o MPF requisitou que indiquem com urgĂȘncia quais providĂȘncias imediatas estão adotando para conter a situação e apresentar plano de consolidação da desintrusão da TI, tendo em vista os recorrentes relatos encaminhados por lideranças indĂ­genas da TI sobre os graves riscos de violĂȘncias em razão de iminentes confrontos diretos entre os povos indĂ­genas, pessoas não indĂ­genas e as forças de segurança, frisando que permanece a situação de invasão do território tradicional por grupo massivo de pessoas, em violação à ordem judicial.

Em reunião realizada com o procurador da RepĂșblica Sadi Machado nesta segunda-feira (25), lideranças indĂ­genas relataram insuficiĂȘncia das medidas adotadas pela Funai e de um plano efetivo de desintrusão e proteção territorial. Afirmaram que as providĂȘncias adotadas não tĂȘm contado com a participação efetiva das lideranças, nem levado em conta as sugestões relacionadas à instalação de guaritas e postos de fiscalização.


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