SaĂșde

Cuidar bem dos dentes é bom para o cérebro

Por Redação - [email protected]

19/03/2024 às 16:02:00 - Atualizado hĂĄ
 - Foto: g1.globo.com

Comprometimento da saĂșde oral estĂĄ relacionado à diminuição do volume do hipocampo, cujas cĂ©lulas são as primeiras a serem danificadas pelo Alzheimer. Não Ă© a primeira vez que trato do tema, mas sempre Ă© bom voltar ao assunto atĂ© que não somente as pessoas, mas tambĂ©m os gestores pĂșblicos se deem conta da sua relevância. Estudo publicado semana passada na revista cientĂ­fica "Neurology" afirma que a periodontite (doença das gengivas) e a perda de dentes estão associadas ao encolhimento do hipocampo, região do cĂ©rebro que desempenha papel crucial na memória e cujas cĂ©lulas são as primeiras a serem danificadas pelo Alzheimer. Os cientistas enfatizam que não Ă© possĂ­vel garantir que o achado representa uma prova cabal de que tal quadro leva à demĂȘncia, mas sugerem uma relação entre as condições. Comprometimento da saĂșde oral estĂĄ relacionado à diminuição do volume do hipocampo Joseph Shohmelian para Pixabay "Na velhice, a periodontite provoca a retração da gengiva e a perda dos dentes, por isso Ă© tão importante avaliar a potencial relação entre esse problema e o desenvolvimento de demĂȘncia. Nosso estudo aponta que tal condição pode afetar a parte do cĂ©rebro que controla a memória e o raciocĂ­nio", disse Satoshi Yamaguchi, professor da Universidade Tohoku (Japão) e coautor do trabalho. Uma boca doente Ă© uma espĂ©cie de berçĂĄrio de agentes inflamatórios que podem se espalhar pela corrente sanguĂ­nea e chegar ao cĂ©rebro, contribuindo para a sucessão de eventos que levam à demĂȘncia. Israel, por exemplo, tem um projeto ambicioso para oferecer atendimento odontológico para todos os idosos acima de 65 anos, recuperando a saĂșde oral dos cidadãos, o que inclui limpeza, tratamento de canal e realização de implantes. No começo do levantamento, os participantes tinham, em mĂ©dia, 67 anos e não apresentavam distĂșrbios de memória. Todos foram submetidos a exames odontológicos e ressonância magnĂ©tica do cĂ©rebro, para medir o volume do hipocampo. A nova rodada de check-up ocorreu quatro anos depois e os pesquisadores notaram que a presença de periodontite, de moderada a severa, e a perda de dentes estavam associadas a alterações no hipocampo. Em outro estudo, sobre os malefĂ­cios do sedentarismo, pesquisadores da Universidade de Cambridge mapearam como pessoas acima dos 60 que diminuem a atividade fĂ­sica pioram sua qualidade de vida. ExercĂ­cios de moderados a intensos, que elevam a frequĂȘncia cardĂ­aca, reduzem o risco de diversas enfermidades, como doença coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes e câncer. Embora o ideal preconizado seja de 150 minutos por semana, idosos se beneficiam se interromperem os longos perĂ­odos em que permanecem sentados " pelo menos ficando de pĂ©. Foram monitorados cerca de 1.400 participantes que usavam acelerômetros, dispositivos que medem o nĂ­vel de atividade fĂ­sica. Paralelamente, o grupo respondeu a questões sobre seu bem-estar que incluĂ­am perguntas sobre a capacidade de cuidar de si mesmo, desconforto com dores e ansiedade. Cada indivĂ­duo recebia uma nota de zero a um: quanto mais próximo de zero, pior a qualidade de vida. Índices baixos estavam relacionados ao aumento de risco de hospitalização e morte precoce. Os idosos foram acompanhados por seis anos e, na mĂ©dia, tanto homens quanto mulheres passaram a se exercitar 24 minutos menos por dia: o sedentarismo aumentou 33 minutos diĂĄrios para os homens e 38 minutos para as mulheres. Uma hora de atividade fĂ­sica por dia significava a elevação de 0.02 na pontuação de qualidade de vida. JĂĄ cada minuto a menos de exercĂ­cio fazia o placar cair 0.03 " resumindo, quem reduzisse em 15 minutos o tempo dedicado a algum tipo de "malhação" ficaria com a "nota" de 0.45.
Fonte: g1.globo.com
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